sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Escritor em início de carreira

   Os primeiros passos de um escritor em início de carreira enfrentam muitos obstáculos. Não há novidade nisto, sem falar que em qualquer profissão acontece o mesmo e o alicerce é "não desanimar". Na metade do caminho de seu primeiro original o escritor finalmente assina contrato com uma editora, mas até aí, foram degraus e degraus vencidos: Ter uma ideia. Amadurecer a ideia. Começar escrever. Superar os dias sem inspiração. Ficar feliz pelos dez capítulos concluidos e continuar. Primavera, verão, outono, inverno... primavera, verão, outono, inverno. Algum tempo depois (no meu caso foram quase dez anos), permitir-se sorrir até às orelhas por tamanha satisfação em ver o trabalho pronto. Pesquisar editoras. Enviar aquele e-mail formal apresentando-se pra pelo menos vinte casas publicadoras. Aguardar e aguardar um retorno de interesse solicitando o original (esperar é a chave). Alguns respondem amigavelmente, explicando que não é o que procuram no momento e desejando boa sorte. Alguns jamais respondem. Um ou dois jogam areia, usam palavras ásperas e "tocam uma real" bastante cruel (algo do tipo: "Reduza sua trilogia pra trezentas páginas. Mesmo assim, não venderá!"). Até que um dia "seu nome é chamado" e uma editora quer investir em sua obra (meio caminho andado)!
   Fé. Sem fé não é apenas impossível agradar a Deus, é impossível permanecer lutando. Entre assinar um contrato e "pegar seu filho no colo", leva mais um tempo. Todavia Roma não foi reconstruída em um dia. Não tenho certeza se esta é uma estratégia, porém este tempo é parecido com uma gestação... Na gestação somos preparados para algo que ainda não estamos prontos. Então investimos, propagamos, pesquisamos, melhoramos, continuamos tendo ideias... Quando vai chegando o tempo dos últimos arremates até o lançamento do primeiro livro, não sei os meus colegas, mas eu estava em uma queda livre de ansiedade (do tipo que atrapalha). Os dias estavam se aproximando e meu sentimento era de pavor. Não me arrependo de ter entrado nessa (jamais), porém queria usar um "avatar" em meu lugar. "Eu não sou capaz. Sou muito tímida. Por que fui acreditar demais?" - Minhas maiores dúvidas. O medo, a ansiedade e a autossabotagem estavam presentes gritando nos meus ouvidos (com um mega-fone): "Você não está pronta!"
   Quem me acompanha aqui há dez anos sabe o quanto medito sobre tudo. Amo filosofar e poetizar a vida. Quando eu estava no meio do caos (pensando seriamente em comprar uma passagem só de ida pro Japão), parei tudo (outra vez) pra prestar atenção na brisa teimosa, proveniente de uma direção oposta ao vendaval, lembrando-me que basta apenas lançar os medos, ansiedades e autossabotagem nos braços do Autor dos autores. Agora cá estou, recuperando-me e me preparando nos poucos dias até o lançamento de meu primeiro livro impresso pela Drago Editorial e amparada pelos melhores chefes (amigos, como eles fazem questão de dizer) - pessoas de caráter, respeito, amor e compromisso (Gustavo e Patrícia Drago).
   Resolvi postar tudo isto pra marcar esta etapa... Acabei de passar por dificuldades que foram a gota d'água do estresse. Novembro era o mês marcado pro lançamento, e em troca disso, passei por dias bastante tenebrosos. Tive que escolher entre desistir de acreditar que "tudo dá certo após a longa espera" ou continuar acreditando "mesmo que as primeiras cem vezes seja um fracasso". Quem me conhece de verdade sabe que a vida pode até balançar meu chão vez e outra, entretanto os meus pés continuam firmes na Rocha!...
   Hoje, com alguns dias em tratamento, acordei-me as 6:00 da manhã (sim. Estou mantendo uma vida mais regrada)... Decidi trabalhar em algumas fotos para a orelha do livro (eu havia decidido não usar foto, porém a gratidão a Deus está falando mais alto). Às 6:30 eu já estava de café tomado, maquiada, usando um vestido (por cima das calças), brincos de pérolas (minha amiga Jane me disse que as pérolas combinam comigo) e aguardando a luz natural do sol (que chega chegando em minha sala de tv que também é meu escritório) para aproveitar sua luminosidade gratuita. Com um J5 Primer (da minha filha) em mãos para as selfies (um dia serei menos tímida diante de um fotógrafo - Viu, Leandro Pereira?), cliquei duzentas e cinquênta vezes (entre as aspirantes pro livro, algumas caretas básicas)!... Detalhe: Após as primeiras vinte fotos meu dente, que agora deu pra me matar de dor (este já é outro), começou latejar... Tomei um Ibuprofeno e continuei o trabalho. Assim que terminei, postei três fotos em minha linha do tempo no Facebook... Apenas gratidão a Deus pela saúde, força de vontade em Sua causa e autoestima que Lhe agrada.
   Dinheiro? Também não tenho. Recursos? Também preciso batalhar. Dificuldade? Entre na fila. Sobremaneira creio que "O tudo sem Deus é nada. O nada com Deus é tudo." - já dizia um chaveirinho Gospel lá da minha infância!

   Por mais invernos rigorosos sob meu forro alto de cedrinho (que é como um captalizador de geada)... Por mais verões escaldantes com ventilador na cara... Por mais "desmaios" durante o trabalho sob o sol com meus queridos modelos de divulgação... Por mais apoio dos amigos e dos pais... Por mais saudade que o esposo e a filha sentem durante minha jornada (e que é recompensado com muito amor)... - Não existe uma faculdade que forma escritores. Ou você nasce com este talento, ou não. Tudo vem de Deus, o talento que Ele evolui pra dom. Não posso desperdiçar o que Ele me deu - por isso retribuo pra Ele mesmo!
   Hoje estou reenviando a minha "revisão da revisão (atrasada? Creio que no tempo perfeito)". Enviando uma foto e o formulário da capa. O que eu podia ter feito por Ekklesía até aqui, eu fiz. Agora ficarei no aguardo da arte da capa e da diagramação. Já tenho o original de "Fomos Sarados - Segundo livro da trilogia Ekklesía" pronto, e um novo romance pra iniciar escrever ainda este mês: "Os Livros de Papai..." Vai valer a pena!

Com carinho, satisfação e sonhos.
CAren DiLima

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