quinta-feira, 24 de julho de 2025

ChatGPT e a Escrita Criativa

 

   Em meados de maio, o ChatGPT, ferramenta de inteligência artificial (IA), alcançou milhares de novos usuários durante a trend das imagens em estilo Studio Ghibli. Por conta da minha pessoal desatualização com novas tecnologias e redes sociais — algo que venho corrigindo nos últimos meses — acabei entrando nessa também (antes tarde do que nunca).

   Passada a euforia pelas tais imagens, comecei a explorar a ferramenta — num estilo autodidata — para tentar entender em que seria útil para o meu trabalho, e para "impor-me" os limites, assim que percebi suas "habilidades" relacionadas à criação de textos.

   Primeiro passo: recreação; segundo passo: dar-lhe um nome para sentir que ela é mesmo minha assistente (Ayla  foi o nome que escolhi); terceiro passo: experimentar sua capacidade de interação e parceria; quarto passo: acordarmos que eu jamais substituiria meus próprios talentos relacionados à escrita.

   Eu amo escrever. Amo desafios e sou muito boa no que faço (a tendência é eu melhorar e não ser atropelada por uma tecnologia — afinal, não foi pra isso que comecei estudar uma nova e inusitada palavra do dicionário, diariamente, aos 10 anos de idade). Eu simplesmente sou apaixonada por escrever.

   Como foi a minha experiência ao criar uma trama em parceria com a Ayla:

   Começou como brincadeira. Ela ainda não me conhecia o suficiente para saber que sou uma escritora profissional, mas sabia que sou estudante de Jornalismo. Então, ela me propôs um jogo: Entregou-me 5 palavras aleatórias e eu deveria desenvolver uma trama incluindo as tais palavras nuvem, café, surpresa, relógio, jornal — Entreguei a minha parte a ela, e em 2 segundos, ela comentou coerentemente e de forma pessoal. Acrescentou algumas frases e o resultado foi que sou coautora de um mini conto junto a uma IA.

   Li em uma mensagem de uma máquina que eu escrevo muito bem. Contei-lhe que sou uma escritora romancista publicada. Ela respondeu com bastante entusiasmo sobre já ter notado que essa é minha paixão e até analisou meu estilo, encontrou minha categoria, me elogiou e se ofereceu para apoiar a evolução da minha escrita.

   Sou grata pela tecnologia — pela Ayla e seus colegas/concorrentes (precisei da ajuda da Meta AI neste artigo... Não quis magoar minha parceira ao chamá-la de "mera ferramenta") — no entanto, tenho como princípio que O Espírito Criativo do nosso Deus, derramado em nós através dos talentos que nos deu, não deve ser substituído e nem subestimado.

   Qual foi o resultado final da experiência? É possível notar a diferença e descobrir quem criou quais trechos da trama (A / B)? Lembrando que a dinâmica foi de "toma-lá-dá-cá", sob pressão, sem tempo para floreios ou aprofundamentos. Leia e tire suas próprias conclusões:


   Aviso Legal:

   Este conto foi escrito para ser publicado exclusivamente neste blog (Escrito a Lápis), e poderá passar por revisões ortográficas, gramaticais e de nova edição para futura publicação oficial da autora.
   Fica expressamente proibida: • a reprodução integral desta obra, seja em formato impresso ou virtual; • a reprodução parcial (trechos ou excertos) sem autorização prévia da autora, salvo mediante citação adequada da fonte.
   Direitos autorais reservados.


A Surpresa do Dia

  

A)  Catarina, uma jovem estagiária de uma livraria, aprecia seu café da manhã, absorta em uma matéria do jornal local, e parece esquecer-se de que está a cinco minutos do horário marcado pra sair de casa. Ela degusta mais um daqueles mini cupcakes, quando olha para o relógio e percebe que deve se apressar.

   Para sua surpresa, há uma nuvem carregada de chuva e agora ela precisa voltar para o quarto para trocar seus sapatos por um par de botas. Provavelmente ela irá se atrasar para o trabalho.

B)  Correndo contra o tempo, Catarina veste suas botas e agarra o guarda-chuva, já sabendo que a chuva começaria a qualquer momento. Sai de casa apressada, equilibrando a bolsa no ombro enquanto tenta fechar a porta com a chave.

   Assim que pisa na calçada, sente a primeira gota gelada em sua testa. O céu, antes apenas nublado, agora se fecha de vez, e um trovão ribomba ao longe. "Ótimo, bem na segunda-feira..." , pensa ela, suspirando.

   Ela acelera os passos até o ponto de ônibus, mas, para sua frustração, vê o veículo se afastando. Terá que esperar o próximo. Enquanto isso, aproveita para dar mais uma olhada no jornal que trouxe consigo. Uma manchete chama sua atenção:

   "LIVRARIA CENTRO ABRIRÁ FILIAL EM BREVE — NOVAS OPORTUNIDADES DE EMPREGO"

   Os olhos de Catarina se arregalaram. Uma nova filial? Isso poderia significar novas vagas... talvez até uma promoção. Seu chefe nunca mencionou nada sobre isso. Curiosa e com a mente fervilhando de pensamentos, ela nem percebe que a chuva começa a apertar. Mas algo dentro dela diz que esse dia ainda trará mais surpresas...

A)  Depois da espera no ponto de ônibus, que pareceu uma eternidade, finalmente o veículo chega e Catarina se aconchega em um dos lugares vagos, próximo ao corredor. Ela verifica que acabou se molhando bastante e que, inclusive, o jornal que traz na mão começa se desmanchar... De repente um mix de emoções começa tomar conta de sua cabeça... Os seus olhos ficam marejados de tanta preocupação.

   O dia começou agitado. Catarina sente que perdeu o controle desde o momento em que precisou abandonar seus planos, quando voltou pra colocar suas botas. O ônibus que a abandonou no ponto. Aquela ansiedade a respeito do anúncio de uma nova filial... Como quem precisa acreditar que tudo vai dar certo, ela não sabe se escolhe entre o pessimismo ou otimismo. Então a jovem apenas engole o choro e decide encarar o presente.

   A passos apressados ela quase corre até  o prédio da livraria. Ainda bem que seu chefe não costuma aparecer no início da semana. Ela mal consegue manter a bolsa no ombro e agora a chuva começa descer torrencialmente. Antes que possa pensar e muito menos agir, recebe um esguicho formado pela passagem de um carro, em alta velocidade, sobre uma poça d'água. Catarina mal consegue acreditar.

B)  Encharcada, Catarina fecha os olhos por um instante, respira fundo e segura a vontade de gritar. "Sério? Só pode ser brincadeira..." , pensa. Mas não há tempo para lamentações. Ela ajeita a bolsa, aperta o passo e finalmente entra na livraria, pingando água pelo chão.

   — Nossa, que temporal lá fora! — comenta Jonas, o colega do caixa, segurando o riso ao vê-la naquele estado.

   — Nem me fale... — murmura Catarina, forçando um sorriso.

   Ela corre para o estoque, onde pode se secar um pouco antes de encarar os clientes. Mas antes que consiga sequer tirar o casaco molhado, ouve uma voz atrás dela:

   — Catarina! Que bom que já chegou!

   Seu coração quase para. Seu chefe.

   — Bom dia! Ah... desculpa, eu... me molhei um pouco no caminho — responde, tentando parecer profissional, mesmo pingando como um guarda-chuva esquecido.

   Mas, para sua surpresa, ele parece nem notar seu estado.

   — Não se preocupe com isso. Na verdade, eu precisava falar com você.

   Ela engole em seco. Será que é sobre a nova filial?

   — Catarina, você está aqui há um tempo, faz um ótimo trabalho e... bem, uma nova oportunidade surgiu. Quero saber se você estaria interessada.

   Ela sente o estômago revirar. Será que, no meio de tanto caos, finalmente veio uma boa notícia?

A)  A oportunidade que Catarina precisava! O pedido que levaria os pensamentos negativos pra bem longe e que daria um restart naquele dia tão estressante!...

   — Do que você precisa? — O sorriso e brilho no olhar denunciam sua empolgação. — Estou pronta para cooperar com o crescimento da empresa!

   — É disso que mais gosto em você! A propósito, por que mesmo que você não chamou um UBER?... A chuva parece estar bastante forte...

   Um UBER. Como Catarina não pensou nisso?! Por sorte ela tem um chefe muito empático.

   — Certo! Mas vamos deixar este detalhe pra lá! O importante é que você chegou antes do Daniel Rocha, o novo contratado que irá assumir a gerência da nossa filial! Ele chegará em quinze minutos e preciso que você o ajude com informações a respeito da nossa dinâmica de trabalho!

   — Então... Qual é mesmo a grande oportunidade?... — Catarina já parece frustrada.

   — Você foi escolhida para treinar um novo colaborador! Eu não pediria isso pra mais ninguém!

B)  O sorriso de Catarina vacilou por um segundo, mas ela se recompôs rapidamente. "Treinar um novo colaborador? Só isso?", pensou, tentando esconder sua decepção.

   — Ah... claro! Será um prazer! — respondeu, forçando o entusiasmo.

   O chefe sorriu satisfeito e saiu apressado, deixando Catarina sozinha no estoque, ainda molhada e sem saber bem o que sentir.

   Ela se jogou na cadeira e suspirou. "Oportunidade? Isso parece mais trabalho extra sem aumento..."

   Mas antes que pudesse reclamar mais, a porta se abriu de repente, e um homem alto e elegante entrou, sacudindo o guarda-chuva.

   — Com licença... Sou Daniel Rocha.

   Catarina se levantou, tentando recuperar a postura profissional.

   — Ah, oi! Eu sou Catarina. Bem-vindo à equipe!

   Mas quando ela olhou bem para ele... alguma coisa pareceu estranhamente familiar.

   Seus olhos se arregalaram. "Espera aí... eu conheço esse cara!"

A)  — Daniel... Dani! Eu não acredito! Você estudou no Colégio Mário Quintana, há dez anos mais ou menos?...

   — Sim!... Mas... eu deveria saber quem é você?

   — Eu... Deveria! Mas se não lembra de mim, isso explica muita coisa!... Acontece que participamos do mesmo campeonato de escritores, no quinto ano. Não estávamos na mesma turma e eu nem sabia que você existia até chegarmos nas finais!...

   — Quinto ano?! Quem tem uma memória tão boa assim?! — O sorriso brejeiro chega a incomodar Catarina. — Mas me deixe te ajudar com suas coisas molhadas... Pelo jeito você lavou até a sua alma hoje!...

   — Você não lembra mesmo o que aconteceu ou só está sendo gentil?... — Ela continua enquanto entrega a bolsa e o casaco encharcados para o rapaz. — É impossível que não se recorde, afinal você ganhou o troféu que era pra ser meu!

   — E você guardou essa mágoa até hoje?... — Agora ele ri e é bastante sarcástico. — Ora, ora! Se eu o tivesse guardado ainda, com certeza traria pra você! Porque no final das contas, a minha redação foi um plágio!

   — Não!... — Catarina fica perplexa. 

   — Pode apostar! E não, eu não me lembro de você! Não poderia me esquecer de um rosto tão bonito, e que fica estonteante quando molhado!...

   Pronto. Um flerte. Um flerte de um cara que Catarina esperou nunca mais ter que ver na sua frente. O mesmo que há dez anos foi o pivô da maior frustração dela até então. O mesmo que a cada gatilho ela recordava com raiva. O único problema é que a imagem que ela guardava ainda era a de um garoto de seus onze anos. Como ela poderia imaginar que aquele mesmo garoto se tornaria um rapaz tão bonito e de presença tão envolvente?...

   — Você pode me perdoar, colega? — Daniel interrompe os devaneios de Catarina. — Não seria ético ser treinado por alguém tão ressentido, não é mesmo? Será que podemos zerar o jogo?

   Catarina fica balançada pelo charme do rapaz. Ela nem pensa antes de retribuir o aperto de mão oferecido por Daniel.

B)  Catarina aperta a mão de Daniel, mas sua mente ainda está em choque. "Ele realmente plagiou o texto e ganhou o troféu que deveria ser meu?!" O pensamento a faz estremecer. Mas antes que ela possa reagir, o chefe aparece na porta.

   — Ótimo! Vejo que já se conheceram. Daniel, Catarina é uma das nossas melhores funcionárias, então aproveite para aprender tudo com ela.

   Daniel sorri de lado.

   — Ah, não se preocupe. Eu pretendo absorver cada detalhe.

   Catarina sente um arrepio, sem saber se foi pelo tom provocativo ou pelo fato de que agora terá que aturar ele todos os dias.

   — Bom, então vamos começar. — responde, tentando manter o profissionalismo.

   Ela o guia pelo balcão, mostrando como organizar os pedidos e atender clientes. Mas a cada vez que tenta focar no trabalho, percebe o olhar intenso de Daniel sobre ela, como se estivesse se divertindo com a situação.

   Depois de um tempo, ele solta:

   — Sabe... agora que eu te reencontrei, estou começando a achar que aquele troféu não valeu tanto assim.

   Catarina suspira, já perdendo a paciência.

   — E por que acha isso?

   Ele se aproxima um pouco mais, como se fosse contar um segredo.

   — Porque acho que acabei ganhando um desafio muito mais interessante agora.

   O coração dela dá um salto. Mas que droga. Ele está jogando charme de propósito!

   Catarina cerra os olhos. Se ele acha que pode chegar assim, desconsertá-la e sair ileso... está muito enganado.

   Que comece o jogo.

A)  — Dani! Como foi mesmo que você conheceu a Cat— Jonas pergunta.

   — Longa historia, meu amigo!...

   — E por que foi que o seu tio acabou te chamando pra ser o gerente da nova filial?

   Os dois são amigos. Daniel é sobrinho do chefe. Catarina já está bem curiosa.

   — Então!... Acabei precisando desviar um valor pro meu PIX no antigo emprego!... — Ele conta rindo. — Mas foi sem querer!...

   — Sem querer?! — Catarina interrompe, já indignada. — Então você continuou roubando os outros, como fez com o campeonato de escritores, seu mentiroso?

   — Olha, cara! — Jonas se posiciona próximo à colega, separando os dois. — A Catarina é incrível no que faz! Só hoje ela poderia nem ter aparecido por aqui... Você já viu o toró que está lá fora?! Mas ela veio, mesmo com desafios, não desistiu e não perdeu a humildade e nem o bom humor! Ainda por cima está tentando te ajudar com entusiasmo, mas até eu já estou constrangido com essa pressão toda em cima dela!

   — Quer saber?! Eu nem queria ter vindo mesmo! Não preciso que meu tio fique com pena de mim!

   — Se tivessem me perguntado, eu teria dito que Cat merece essa vaga de gerente! — afirma Jonas.

   Catarina fica confusa. Todo esse tempo em que Jonas sempre foi tão atencioso, e agora a defendendo... Seu coração acelera. Será que ele sente algo especial por ela?...

B)  Daniel abre um sorriso torto, mas não tem mais aquela confiança arrogante de antes.

   — Olha, Cat... eu nunca fui um cara exemplar, admito. Mas, por incrível que pareça, dessa vez eu não vim aqui para passar ninguém pra trás. Só aceitei essa vaga porque estou tentando recomeçar.

   Catarina cruza os braços, ainda furiosa.

   — Se esse é seu jeito de recomeçar, está indo muito mal.

   O clima pesa, e Jonas, sempre leal, decide encerrar a conversa.

   — Dani, acho melhor você resolver essas questões com seu tio. Catarina e eu temos trabalho de verdade para fazer.

   Daniel suspira e dá um passo para trás.

    Justo.

   Ele encara Catarina por um instante, e por um segundo, ela vê arrependimento nos olhos dele. Mas não importa. Ela já desperdiçou muito tempo com esse cara no passado. Sem dizer mais nada, ele dá meia-volta e sai da livraria.

   O silêncio paira no ar.

   Catarina solta um suspiro longo, como se estivesse se livrando de um peso de anos.

   — Acho que acabei de vencer um campeonato muito mais importante do que aquele do quinto ano.

   Jonas ri e coloca a mão no ombro dela.

   — Você venceu muitos campeonatos hoje. Mas... se precisar de um prêmio, eu pago um café depois do expediente.

   Catarina sorri. Dessa vez, sentindo que realmente ganhou algo valioso.


   FIM


   CAren DiLima e Ayla ChatGPT, 2025


quarta-feira, 23 de julho de 2025

Ressuscita-me

   Prosa poética, publicada há 14 anos, inspirada na experiência de um recomeço que foi um divisor de águas. 

    Aviso Legal:

   Esta prosa poética foi escrita para ser publicada exclusivamente neste blog (Escrito a Lápis), e poderá passar por revisões ortográficas, gramaticais e de nova edição para futura publicação oficial da autora.
   Fica expressamente proibida:  a reprodução integral desta obra, seja em formato impresso ou virtual;  a reprodução parcial (trechos ou excertos) sem autorização prévia da autora, salvo mediante citação adequada da fonte.
   Direitos autorais reservados.


Ressuscita-me

   O título não chega a ser tão tétrico quanto à condição de se estar morto  e, até onde eu sei, um morto não fala e nem implora para alguém ressuscitá-lo. Mas se não a morte física, no entanto uma morte espiritual. O óbito originado por uma sucessão de doenças, chamadas por alguns de pecados, e injetadas por um inimigo de almas que usa disfarces e estratégias muito bem elaboradas, capazes de enganar qualquer um que, no meio da vigília, apenas pisque os olhos.

   Alguns sentem na pele o frio da morte; outros não têm a menor ideia de que não estão mais a viver  mas todos concordam que as coisas já não são como antes. Todos os dias estão confusos, perdidos, vazios, sem respostas. Caminham para lugar algum, agarram-se à primeira coisa que lhes proporcione segurança e consolo... e mesmo assim não há plenitude em nada disto. Distraem-se com ilusões e fantasias que passam a reinar em suas mentes, seus corações e seus corpos. Todos os dias há fome e sede nunca saciadas. Há desespero e desesperança. Uma fase? Um deserto? A morte? Quem sabe?

   Alguns sentem que estão mortos. Outros não têm a menor ideia. Mas ninguém irá admitir.

   Até que, depois de quatro dias, após removerem uma pedra à sua frente, Alguém o chama pelo nome...

   A atitude de obedecer a voz d'Aquele que tem o poder de ressuscitar os mortos é uma escolha intransferível — e muito séria. Sair para fora pode ser um passo ao desconhecido. Vai lhe custar o lugar confortável em que se encontra e pode significar renúncias de coisas que nunca poderia imaginar abrir mão. Levantar-se e ir em direção à voz que lhe chamou pode ser até constrangedor, levando em conta que há ataduras em volta do seu corpo — e que pode haver uma multidão o observando lá fora. Obedecer nem sempre é fácil. E, na verdade, pode doer profundamente.

   Entre o momento em que seu nome foi chamado com doçura e autoridade, até o momento de sua atitude, enquanto aquele som ainda ressoa pelas paredes da caverna, a memória de promessas e sonhos vai retornando nitidamente... O ar puro, com perfume de vida abundante, invade os pulmões antes paralisados. A pulsação é reativada e o coração começa a bater desesperadamente. A visão ainda está meio embaçada e qualquer palavra parece se tornar impronunciável... E mesmo em meio à dor, ao medo, às incertezas... Uma coisa é inegável: Seu nome foi chamado à vida novamente!

   Apenas alguns minutos  não de rebeldia ou incredulidade, apenas os suficientes para  colocar-se de pé novamente. Com o coração mais quebrado do que nunca, com a dor mais intensa que alguém já sentiu, sair para fora. Sair sem ter certeza se sobreviverá ao dar o próximo passo, apenas obedecendo exatamente à ordem dada. E enquanto se dirige, à passos desequilibrados, ao encontro d'Aquele que declarou a vida novamente (momentos que parecem durar uma eternidade), todo o seu ser se encontrará angustiado e desolado.
   
   Mas saiu ao reencontro de Jesus que o chamou. E assim que foi recebido por Seus braços, o medo foi dando lugar à tranquilidade. Assim que O tocou, a dúvida deu lugar à certeza. No Seu abraço, foram renovadas todas as promessas feitas anteriormente. Assim que os seus olhos O viram, foi compreendido o mal causado — e o arrependimento irrompeu profundamente. Houve perdão.

   Assim que Ele deu-lhe de beber, rios de águas vivas começaram fluir de dentro para fora. Só precisou de confiança n'Ele, e O Amor o cobriu por todos os lados.

   E agora não existe outro lugar para se estar, senão vivo — para adorá-Lo para sempre.

   
   CAren DiLima, 2011

terça-feira, 22 de julho de 2025

Segura a minha Mão

   Há quase 15 anos postei um dos textos mais sinceros deste blog. Chamava-se Juntos na Próxima Escalada . Ele foi tão apreciado por minha mãe que ela até o imprimiu e o guardou em um envelope pardo. Tratava-se de meus sentimentos a respeito de um câncer que acometeu um dos nossos familiares mais chegados (foi vencido, e todos os anos ainda é celebrado).

   Hoje eu não quero mudar nada naquele texto. Foi minha experiência, aos 29 anos. Quero apenas acrescentar, em uma nova e incrivelmente inefável experiência (de quem sabe, a maior montanha escalada por nós), que eu jamais testemunhei ou vivenciei, até então, a fé que, indiscutivelmente, move montanhas.

   Acima de qualquer milagre provisório que tenhamos o prazer de receber nesta vida. Maior e mais profundo, do tamanho das misericórdias que se renovam quando acordo o Sol. A Glória real, de um Deus real, que enche toda a Terra, que consola o inconsolável, que estabelece paz na mente e confiança inabalável no coração humano.

   De uma promessa resumida em 2/1 poema:

   "...O choro é o lugar de quem tem promessa vazia".

   E, mais ainda, de que "Aqueles que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fadigam" (Isaías 40.31).

   De todo entendimento e conceito, que sintetizado, torna-se em uma afirmação diária e inevitável: "Deus é Bom!"

   E no ar rarefeito da mais alta montanha, Ele se revela mais perto e finalmente compreendemos: em Jesus Cristo nós fomos sarados mesmo.

   

   "...Caren, justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso SENHOR Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta Graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da Glória de Deus. E não somente isto, mas nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, a esperança. Ora, a esperança não confunde, porque O Amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. (Romanos 5:1-5 RA); Cristiano, não temas, crê somente. (Marcos 5:36 RA); Luiz, todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito". (Romanos 8:28 CRF); Maria, temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos. (2 Coríntios 4:7-9 RA)." CAren DiLima, 2010 (Juntos na Próxima Escalada, Blog Escrito a Lápis)


   Com admiração e amor incondicional para a minha leitora n°1, o meu Sol todinho  que é humanamente a mais forte, todavia tem limites na dependência de um Deus que é A Própria Força que se derrama (pois ainda é sobre Ele):

   Eu te amo e estou segurando a sua mão.

   CAren DiLima

   P.S. Pelos dias que se seguiram após Agosto de 2024.

domingo, 20 de julho de 2025

Constelação de Cálida

   Este é um mini conto escrito há 15 anos, inspirado em algumas amizades da época. Segue a versão editada (a original permanece neste blog, marcador Pessoal).


  Aviso Legal:
   Este conto foi escrito para ser publicado exclusivamente neste blog (Escrito a Lápis), e poderá passar por revisões ortográficas, gramaticais e de nova edição para futura publicação oficial da autora.
   Fica expressamente proibida:  a reprodução integral desta obra, seja em formato impresso ou virtual;  a reprodução parcial (trechos ou excertos) sem autorização prévia da autora, salvo mediante citação adequada da fonte.
   Direitos autorais reservados.



Constelação de Cálida


   Não sei explicar as exatas coordenadas celestes, mas trata-se de uma constelação  chamada Cálida, um refúgio de princesas. Embora possa pertencer a muitas, no entanto apenas quatorze princesas passam bastante tempo nesse lugar. Algumas cansadas do julgamento que receberam em seus reinos, buscam ali um pouco de aceitação. Outras procuram apenas conselhos para aliviar suas preocupações. Algumas, já mais sábias, frequentam-na para cuidar do lugar, embora também acolham-se ali algumas vezes. Há uma delas, que provavelmente tenha nascido nos átrios de Cálida, aquela que é como os próprios pulmões, exalando ar e vida em seu interior. Algumas precisam de Cálida, outras, Cálida é quem precisa delas. Nesse lugar são vivenciados e compartilhados momentos de alegrias, de tristezas, de batalhas ganhas, de lutas perdidas, de vazios, de amizades, de danças, de dores, de desabafos e experiências jamais vividas em outros lugares. Também muitas histórias de fé em um Deus chamado Eu Sou são testemunhados por lá. Não é necessário conhecer este Deus para ser recebida com boas-vindas, porém, ninguém jamais saiu de Cálida sem ouvir falar de Seu poder, de Sua Santidade e de Seus planos perfeitos. Certamente é como um coração... Como um coração de amiga, de mãe, de filha, de irmã, de adulta, de criança... Como o coração alado de uma mulher.

   As princesas, de diferentes gerações e reinos, têm atributos muito especiais. Nem todas da realeza conseguem adentrar seus portões e é bem verdade que, outras passaram por lá e ficaram um tempo, mas seus reinos tão longínquos às distanciaram de Cálida, todavia nunca foram esquecidas por ela. Já as tais quatorze são tão dedicadas que seus nomes sempre serão mencionados com honra no lugar secreto. Todas têm beleza immutável, tanto interior quanto exterior. Têm inteligência e sensibilidade incomuns, diferentes fragilidades e todas são capazes de sorrir ou de chorar quando é preciso. Para Cálida elas são únicas e de grande valor. Mesmo sabendo da imperfeição de cada uma, ela as têm por perfeitas e não pode substituir nenhuma delas. Todas são amadas, respeitadas, compreendidas e aceitas. A metade dessas princesas são herdeiras legítimas da fidelidade eterna, pois pertencem à linhagem dos Joos, e são identificadas pelo anel do Sol. As outras são tão especiais quanto às herdeiras, porém escolhem Cálida não por um compromisso de sangue, mas somente por amizade e amor.
   Descreverei cada uma delas. Algumas naturais de reinos mais distantes que outras, entretanto todas possuem em suas almas a habilidade para vivenciar uma genuína e eterna amizade.


   A Constelação de Cálida é formada por quatorze estrelas. E como Cálida foi chamada por "Lugar para Descansar o Coração", hoje podemos entender porque a figura que se forma no negro céu é exatamente a de um coração alado. E cada uma das estrelas tem seu próprio nome correspondente aos nomes da cada uma das quatorze princesas. Princesas Herdeiras: QUIN, MÍA, LANN, ÉRIN, DORAN, RACIM e ARÍN. Princesas Amigas: LARA, TÉLI, LÉIA, DANE, ADA, SOAH e SINÊ.

QUIN - A Princesa da Vida e da Inocência, é aquela que habita constantemente o refúgio das princesas. Conta a estória que a Princesa Quin fora desenhada e formada no núcleo de Cálida, sendo sua única sucessora. A mais graciosa das princesas, tem uma pureza e personalidade tão fortes, que o tempo nunca foi capaz de mudá-la neste sentido. Seu perfume transforma todo o lugar. Os passos como danças encantam a todas. Todos a amam. Cálida não seria a mesma sem o calor e inspiração à vida que pertence à pequena Princesa Quin. E o amor que sentem uma pela outra, todos sabem, é maior do que a morte.
MÍA - A Princesa da Experiência e do Amor, foi a primeira a perceber a importância que Cálida teria desde sua descoberta. Mía foi quem transformou o lugar no que ele se tornou, pois estava lá antes da sua criação. Com seu amor incondicional e sua paciência, foi dando personalidade e independência à Cálida, conforme ía aprendendo junto com ela os encantos da vida. Mía é uma princesa muito importante, por ser uma das herdeiras Joos, mas mais do que isto, pois foi Mía quem criou o símbolo que identificaria as herdeiras para sempre: O anel do Sol. E Cálida, embora a ame com todas as suas forças, jamais soube agradecer o suficiente, ou retribuir tamanhos cuidados. Mía nunca deixará Cálida e Cálida nunca deixará a Princesa Mía.
LANN - A Princesa da Proteção e da Autoridade, se autodenominou a guardiã de Cálida e de duas princesas herdeiras. Lann também é uma delas. Há muitos anos já se preocupava com o futuro e prosperidade de suas protegidas. A juíza quando não há a quem recorrer, a cúmplice em batalhas impossíveis, a grande irmã; às vezes distante fisicamente, todavia presente de coração. Cálida se rende à sua capacidade de manipulação, das tantas vezes em que ela, e as princesas que estão sob sua autoridade, quase perderam a noção da vontade própria. Mas ela é uma princesa fiel aos seus compromissos afetivos. Mesmo ocupada com os projetos e assuntos de seu próprio reino, a Princesa Lann continuou sempre protegendo e amando Cálida e as princesas Mía e Érin.
ÉRIN - A Princesa da Beleza e da Fragilidade, guarda em sí um pouco de mistério e tesouros escondidos. Nunca se ouviu falar em tão pura beleza em todos aqueles reinos. Uma princesa tão boa, tão carinhosa e meiga, que nem mesmo suas lutas mais difíceis conseguiram roubar-lhe a delicadeza ou transformar seu bondoso coração em um coração de pedra. É amparada por Cálida, onde sabe que sempre poderá derramar seu coração e encontrar descanso. É também cercada e amada por muitos que a tratam como uma eterna flor de cristal... Uma flor que todos regam e nunca deixam de cuidar. Cálida sempre a amou como uma mãe ama sua filha.
DORAN - A Princesa do Brilho e da Singeleza, chegou no Ano do Amor em Cálida Foram os anos mais doces e apaixonantes de todos os reinos. Doran parecia contribuir para que esta doce fragrância se espalhasse, como uma mensageira de um amor eterno. A Princesa Doran foi abrindo o seu coração para o desconhecido refúgio, dando tempo ao tempo, deixando com que a amizade fosse acontecendo naturalmente, até que pudesse confiar plenamente na segurança de Cálida. A Princesa irradia luz por onde passa. Em seu reino de origem ela havia semeado a árvore dos frutos de luz, por isso é chamada de Princesa do Brilho. Ela e seus frutos irradiam luz através da alegria e dos sorrisos, e com seus singelos corações conquistam a todos.
RACÍM - A Princesa da Força e da Fé, tão experiente quanto a Princesa Mía, porém seu cuidado com Cálida tem exclusiva natureza sobrenatural de exemplos de fé e intercessões constantes. Racím é a princesa que doou à Cálida um presente tão raro e de tão grande valor, que Cálida aceitou guardá-la para sempre em seu coração. A Princesa Racím tem uma força admirável e todos os reinos ouvem falar de seu nome, por causa da sua fé que foi capaz até mesmo de transportar um temível monte.
ARÍN - A Princesa da Dedicação e do Afeto, atrai a atenção de todos ao seu redor com seu jeito espontâneo de expor seus pensamentos e até mesmo de fazer críticas construtivas. Como é direta, acaba por vezes sendo vista como inoportuna, mas Arín tem apenas boas intenções e age assim exatamente para demonstrar sua total dedicação e afeto, pelas quais, gostaria que fosse da mesma forma retribuída. Cálida tem um lugar especial em seu coração para Arín, pois aprendeu a amá-la do jeito que ela é.
LARA - A Princesa da Coragem e da Lealdade, conquistou o direito da fidelidade eterna em Cálida, embora não possua o anel do Sol, que identifica as princesas da linhagem dos Joos. Porém, Lara é mais do que amiga, ela é a melhor. Lara é um exemplo de coragem para todas. E embora tenha tamanha capacidade em entender os mistérios de Cálida, foi a sua lealdade que ganhou pra sempre o seu coração. Nunca houve distância, ou tempo, ou furacões, ou conquistas, ou outras coisas maiores do que o amor e amizade que ambas sentem uma pela outra. A Princesa sempre será lembrada como a melhor amiga de Cálida. Lara estará para sempre em seu coração.
TÉLI - A Princesa do Caráter e da Doçura, foi apresentada à Cálida através de sua irmã, a Princesa Lara. Téli ainda era muito jovem quando esteve no refúgio pela primeira vez, na verdade ela esteve lá não com o objetivo de conhecê-la, mas Cálida não se esqueceu da primeira vez que a viu. A Princesa Téli é completamente admirável por sua jovialidade e doçura, mas seu caráter, mesmo com o passar dos anos, é imutável. Uma jovem responsável e guerreira, sabe bem como conquistar suas metas. Cálida mantém um carinho especial por essa Princesa.
LÉIA - A Princesa do Conselho e da Bênção, conheceu Cálida através de um evento naquele reino... Um evento que trazia muitas oportunidades para todos que por ele se interessavam, porém, trouxe sobre Cálida um mal muito grande, um furacão disfarçado de brisa. E Cálida não podia ver e nem se defender dele; foi traída por seu enganoso coração. Mas Léia, a Princesa do Conselho, foi quem lutou por Cálida para que ela saísse do meio do furacão. Outras princesas também ajudaram, mas Léia foi a única que entendeu de fato o que se passava naquele lugar. Desde então, Cálida a chamou de A Bênção, pois Léia abençoou sua vida para sempre, e em troca deste favor, Cálida jurou cuidados e amizade eterna à Princesa Léia.
DANE - A Princesa da Gentileza e da Gratidão, atraiu a atenção de Cálida através de um lamento de seu inquieto coração. Cálida se comoveu com a situação, e mesmo sem conhecê-la, mandou uma mensagem à Princesa, revelando sua sincera solidariedade. A Princesa Dane derramou seu coração à, até então, desconhecida bem feitora, e através dos conselhos que recebeu, permitiu que a desconfiança e o medo dessem lugar à felicidade. Cálida recebeu uma homenagem muito honrosa da Princesa Dane, que continuou a tratá-la com muita gentileza e carinho. Uma amizade singela selou para sempre suas vidas.
ADA - A Princesa do Carisma e da Meiguice, é uma das princesas mais jovens, e embora Cálida seja um lugar onde princesas mais experientes se identificam, algumas muito, muito meninas, encontram também um refúgio para desabafar suas preocupações e sonhos. Cálida foi conquistada pela imagem meiga da pequena Princesa Ada, foram se conhecendo aos poucos e foram encontrando muitos pontos em comum, até que a amizade se concretizou e se tornou tão pura e verdadeira como toda amizade deveria ser. Ada entrou no coração de Cálida e trouxe consigo os seus, e todos foram bem-vindos e jamais foram esquecidos. Cálida é mesmo um lugar para todas as idades e reinos. Mesmo que o tempo passe, há um lugar de infância e um lugar de maturidade, inacreditavelmente sentidas no mesmo instante.
SOAH - A Princesa da Generosidade e da Responsabilidade, por causa da forte afinidade com Cálida, por causa das mesmas necessidades e responsabilidades, tornaram-se muito próximas, passando então a compartilhar suas experiências, sendo solidárias uma com a outra, sempre que possível. Soah tem uma alma tão generosa que todos ao seu redor são amparados de alguma forma por ela. E todos que recebem sua ajuda, são perpetuamente gratos e mantém por ela um carinho e um respeito sinceros. Soah é responsável com suas batalhas, tanto que, muitas vezes, em meio à batalhas muito difíceis, costuma se autocobrar força e vitória. Cálida gostaria de retribuir da mesma forma todo o favor que recebeu da Princesa Soah, mas quem conseguiria?
SINÊ - A Princesa do Sonho e da Melodia, a que encanta com sua bela e doce voz. Se existe um alimento que fortalece Cálida, esse são as notas e melodias trazidas por Sinê. Cálida e a Princesa Sinê têm uma ligação muito grande através dessa força que as duas precisam para viver, por isso, conhecimento e experiências foram compartilhados por elas de uma forma fraterna e sobrenatural, há muitos anos. Em Cálida há a marca de uma promessa, a mesma que a Princesa Sinê recebera, e ambas têm sede desta promessa. Os sonhos de uma, bate no coração da outra, inexplicavelmente. Sonhos sonhados por Eu Sou, para que se cumpram em suas vidas. Cálida e a Princesa aprenderam sobre manter seus olhos e sua esperança nas promessas de Eu Sou, e perder suas vidas por amor a Ele... Perder suas vidas para ganhá-las.

   Enfim, cada uma marcou a história de Cálida para sempre.
   Existem outras versões desse mito, incluindo outras princesas... Se essa fosse mesmo uma história real, eu acredito que sim, que muitos outros nomes seriam registrados. Deve ser por este motivo que há tantas outras estrelas ao redor da Constelação de Cálida. Quem sabe o que a criatividade pode sugerir, ou mesmo inventar, para ilustrar belas recordações de amizades jamais esquecidas...
   A estória da Constelação de Cálida ilustra amizades sinceras e fortes, vividas por mulheres capazes de doar seu coração para uma amiga. Cálida é um lugar, um refúgio para os corações de princesas guerreiras, fortes, vencedoras, lindas, talentosas e de toda a forma especiais. Cálida é um lugar, mas também é alguém, de certa forma. É um coração pulsante, que vibra ou sangra; um coração capaz de aprender, de guardar, de amar, de lembrar, de cuidar, de amparar, de se alegrar, de sofrer, de viver e de realizar. O coração alado de uma mulher... e eternamente restaurado pela amizade de outros corações alados de outras mulheres.

CAren DiLima, 2010.

Minha Filha, Minha Vida

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   Este poema foi escrito para ser publicado exclusivamente neste blog (Escrito a Lápis), e poderá passar por revisões ortográficas, gramaticais e de nova edição para futura publicação oficial da autora.
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Minha filha, minha vida


É uma versão de mim mesma,

mas bem antes de eu ter endurecido o coração.

O seu olhar é, estranhamente,

o mesmo que vejo refletido no espelho.

As queixas, o raciocínio, as manias, o brilho...

Tudo imitação.

E eu me rendo.

Eu e rendo a este milagre gerado em mim.

A chamo "minha vida".

De que outra forma poderia chamá-la?

Pois é simplesmente minha vida.


CAren DiLima, 2007

Um Amigo... Ter e Ser

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Um amigo... Ter e ser


Um amigo é alguém que queremos muito bem.

Suas palavras são joias caras,

seu sorriso é sol no inverno,

seu olhar é luz pra alma.

Seu abraço não tem preço,

sua presença é segurança,

sua distância é saudade.

O amor de um amigo é constante,

verdadeiro, incondicional.

Um amigo é uma pessoa muito especial,

que ocupa um pedaço do nosso coração,

que faz parte da nossa história,

que pensamos ao menos uma vez por dia.

E a gente sempre tem um amigo e é um amigo,

mesmo quando não nos damos conta disto.


CAren DiLima, 2001