Nos últimos anos tenho exercitado o talento de escritora também em atividades eclesiásticas. A necessidade de certas peças me inseriu a esta modalidade e até agora creio ter escrito 6 ou 7 mini teatros que já foram "testados" na igreja onde minha família e eu servimos.
A mais recente peça se chama "Mágoas" e foi apresentada na Rede de Mulheres (encontro feminino) da IEQ Porto Belo em Outubro/2018.
Com um texto "base" simples (pode ser alterado com improvisos) e apenas 4 ensaios, as 8 mulheres participantes (nenhuma profissional e a maioria estreiante) fez a introdução, em 7 minutos, da Palavra ministrada sobre o perdão.
Espero que a peça seja tão abençoadora para seu grupo quanto foi para o nosso! Qualquer dúvida e dica, pode deixar nos comentários! Como autora da peça, autorizo ser realizada, apenas ficarei muito grata por compartilharem sua experiência aqui ou por e-mail: carendilima@bol.com.br
Que Deus abençoe sua vida e ministério!
CAren DiLima
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Espero que a peça seja tão abençoadora para seu grupo quanto foi para o nosso! Qualquer dúvida e dica, pode deixar nos comentários! Como autora da peça, autorizo ser realizada, apenas ficarei muito grata por compartilharem sua experiência aqui ou por e-mail: carendilima@bol.com.br
Que Deus abençoe sua vida e ministério!
CAren DiLima
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Nome da peça: Mágoas
8 mulheres
Primeira parte: 1 adolescente para a personagem principal / 1 mulher para o papel de professora / 1 mulher para o papel de mãe / 1 adolescente para o papel de irmã.
Segunda parte (15 anos depois): 1 mulher para a personagem principal / 1 mulher para o papel de amiga / 1 mulher para o papel de pastora (líder etc) / 1 mulher para o papel de observadora.
Figurinos: A personagem principal, que é vivida por uma adolescente e uma mulher que representa 15 anos após, usa roupas semelhantes. Em nossa experiência as duas usavam calças jeans preta, blusa cinza e óculos.
Para a observadora roupas claras. Para as demais, roupas contemporâneas de sua preferência.
Objetos: 2 cadeiras (pufs) para o cenário.
Primeira fase: 1 mochila e 1 prova de Matemática (1 folha qualquer) para a personagem principal / 1 bolsa e 2 livros para a professora / 1 espanador para a mãe / 1 escova de cabelos, 1 sacola de presente e 1 ursinho de pelúcia para a irmã.
Primeira fase: 1 mochila e 1 prova de Matemática (1 folha qualquer) para a personagem principal / 1 bolsa e 2 livros para a professora / 1 espanador para a mãe / 1 escova de cabelos, 1 sacola de presente e 1 ursinho de pelúcia para a irmã.
Segunda fase: 1 bolsa para a amiga / 1 vassora para a observadora.
Outros: A persoangem principal (tanto a adolescente quanto a mais velha) tem corações pretos de e.v.a. grudados na roupa (e.v.a. comum ou com brilho). Na primeira fase a personagem usa poucos corações pretos, simbolizando suas mágoas. Na segunda fase a personagem está completamente forrada de "mágoas" (grudamos com durex, para ser fácil retirar no final).
1° CENA: (No centro do corredor. Na frente, entre a platéia e o palco/altar) A professora guarda seus livros na bolsa (como se fosse final de aula)... Simultaneamente a mãe e a irmã ocupam o palco/altar como se aquele espaço fosse sua casa. A mãe e a irmã não interagem nesta primeira cena, mas agem como se estivessem limpando e penteando os cabelos (mais explicações nas segunda e terceira cenas).
A professora já está pra sair quando é abordada por sua aluna (a adolescente está com a mochila nas costas e a prova de Matemática nas mãos. Ela vem do fundo do salão/igreja)...:
Adolescente: Professora! Quero falar sobre a nota desta prova!... Eu estudei muito, mas faltou meio ponto pra eu passar...
Professora: Problema é seu! Deveria ter estudado mais!
Adolescente: Por favor! Não tem nada que eu possa fazer por este meio ponto?
Professora: As notas já encerraram! Azar o seu!
Adolescente: Mas eu nunca te pedi nada... Por favor!
Professora: Já disse que não. Não insista!
A professora sai de cena. A adolescente triste, resmunga sozinha enquanto vai para sua casa (palco/altar):
Adolescente: A minha mãe vai me matar!... Ela reclama de tudo, até se eu faço o que é certo. Estou com medo do que ela vai me dizer...
2° CENA: A mãe está espanando os "móveis", enquanto no outro canto do palco/altar a irmã está escovando os cabelos. Sobre a cadeira está a sacola de presente e o ursinho de pelúcia...
A adolescente "entra" em casa e fala com a mãe que para imediatamente de limpar...:
Adolescente: Bom dia, mãe!... (Fala com tom apreensivo)
Mãe: Bom dia pra quem?!... (A adolescente se "acanha" com a ira da mãe) E então, foi bem na prova de Matemática, pra variar?... (A mãe arranca a prova das mãos da filha) EU NÃO A-CRE-DI-TO! É pra isso que eu compro caderno e caneta? Sua burra! Mas você é um peso morto mesmo... Não serve pra nada!...
A adolescente fica visivelmente triste. A mãe sai de cena enquanto a filha vai até sua irmã...
3° CENA: A adolescente senta-se na cadeira vazia... Observa a sacola de presente e diz:
Adolescente: Outro presente?... Pra quem é dessa vez?...
Irmã: Pra minha melhor amiga! Ela está de aniversário!...
Adolescente: Já notou que você nunca me deu um presente?... Nem parece que gosta de mim!...
Irmã: Até parece que eu vou gastar dinheiro com você! Mas se quiser... Pode ficar com esse urso feio aí... Nem lembro quem foi que me deu...
Adolescente: Fui eu!...
Irmã: Ah claro! Você sempre me dá presentes inúteis e de mal gosto!... Bem, então tchau que eu preciso encontrar minha amiga!...
A irmã sai de cena. A adolescente está muito triste e desabafa sozinha...:
Adolescente: Custava a professora ter me feito um favorzinho?... Custa minha mãe me incentivar e elogiar pelo menos uma vez?... São tantas críticas!... E minha irmã?! Eu não devo valer nada pra ela mesmo... Nunca gastou nem um sequer centavo comigo...
A luz apaga para a troca da personagem adolescente por sua versão de 15 anos depois. Quando a personagem mulher já está sentada na mesma cadeira que fora ocupada pela adolescente, a luz reacende e a personagem retoma o desabafo...:
4° CENA:
Mulher: Estou tão triste... Tão cansada. Hoje eu parei pra pensar sobre estes últimos 15 anos da minha vida... Se é que eu posso chamar de vida. Sofri tantos abusos, traições, abandono... Fui ferida tantas vezes pelas pessoas... Existe tanto peso dentro de mim, e por isso eu estou doente...
Enquanto a mulher fala as últimas frases, uma amiga anda pelo corredor central do salão/igreja, vai até "sua casa" e chama "da porta"...:
Amiga: Amiga! Você está em casa?!...
Mulher: Sim! Só um momento!... (Ela "abre a porta" e a amiga entra)
Amiga: Eu vim te chamar pra sair!
Mulher: Sair?... (Ela realmente esté desanimada. É evidente sua tristeza o tempo todo)
Amiga: Mas primeiro deixa eu te contar!... (A amiga está empolgada) Essa semana eu fiz tantas vendas (inclua aqui o que for mais familiar... Produto de beleza, quitutes, jóias etc)!... E você nem sabe quem foi que eu encontrei no salão de beleza... Aquela minha prima! O cabelo dela está tão bonito!... (Silêncio) Mas amiga, que cara de tristeza é essa?...
Mulher: Ai, hoje eu não estou bem... Estou precisando tanto de um carinho, de um abraço amigo...
Amiga: Sai pra lá! (Ela empurra) Quem gosta de abraço é urso!... E vai que você me contagia com essa tristeza toda!... Vamos fazer assim: Fica em casa e se amanhã você estiver melhor a gente sai!...
Mulher: Está bem!...
Amiga sai de cena. A mulher está desanimada, mas então tem uma ideia...:
5° CENA: A mulher pega o celular (do bolso) e diz:
Mulher: Já sei! O melhor a fazer é ligar pra pastora (líder)!... Ah! Mas nesse horário ela está na igreja... Não adianta ligar, ela não vai me atender de novo. Eu vou ir até lá pra me encontrar com ela!...
A mulher desce do palco/altar e se possível vai até o fundo do salão/igreja e retorna pelo corredor central. Enquanto ela vai até o fundo, a pastora/líder parece já estar no meio de sua oração na "igreja". Andando de um lado para o outro na frente do palco/altar, de mão erguida, a pastora/líder ora bem alto:
Pastora/líder: Pai das luzes! Deus de misericórdia! Eu Te louvo, ó exelso Rei!... Tu quem cristes os Céus e a Terra... As estrelas, o sol e a lua... Os oceanos, os peixes, as árvores, as frutas e as flores!... Eu te agradeço Criador por ter me criado tão linda, maravilhosa, poderosa e humilde!... Agora peço a tua bênção sobre essa igreja, sobre as criancinhas, sobre os missionários e os filhos dos missionários!...
Enquanto a pastora/líder ora "sem parar", a mulher aguarda que ela termine...
*Esta oração é apenas uma ideia para algo que soe como a oração de um fariseu... A pessoa que estiver interpretando tem liberdade para dizer o que ela achar "engraçado" e "exagerado"...
Quando a pastora/líder finalmente disser o "Amém!" a mulher pode dizer junto, para dar a entender que estava aguardando ansiosa para falar com ela...
Mulher: Pastora/líder!... Eu preciso tanto do seu tempo...
Pastora/líder: (Olha o relógio) Mas minha filha!... Eu já estou atrasada pra uma reunião!...
Mulher: Mas pastora/líder!... Prometo que serão apenas uns minutinhos do seu tempo!...
Pastora/líder: Eu não posso! Estou atrasada!... Mas me chama no Whats e se eu puder respondo ainda hoje!...
A pastora/líder sai de cena andando pelo corredor central até o fundo.
A mulher fica ali em pé, arrasada... Então ela olha para si mesma com todos aqueles corações pretos... Ela cai de joelhos em um silêncio pesado e logo começa chorar amargamente...:
6° CENA:
Mulher: (Ela não percebe que está sendo observada por alguém que varre a igreja. Ela ora desesperada) Quanta ferida!... Quanta dor!... Deus, por que eu estou doente? Por que Você não tira essa dor de mim???
Observadora: (Ela deixou a vassora de lado) Moça!... (A mulher abre os olhos e a observadora lha estende a mão) Você parece tão desesperada... Quer conversar?...
Mulher: Vo-Você é Deus??!!... (A mulher diz, entusiasmada)
Observadora: Ah não! Eu sou uma mulher, como você! (A observadora é simpática)
Mulher: Ah... Mas você não é uma mulher como eu!... Eu tive uma vida muito difícil por conta de tudo o que já fizeram pra mim... Me magoaram, feriram, abandonaram...
Observadora: Moça!... Eu também já fui magoada, traída, rejeitada... A vida é dura e injusta com todos, e as pessoas magoam mesmo...
Mulher: (Olha para a observadora sem nenhum coração preto) Você não sabe do que eu estou falando!... Não carrega nenhuma mágoa!...
Observadora: A diferença entre nós não está nas vezes que fomos magoadas... Você não vê nenhuma ferida em mim porque elas ja foram cocatrizadas quando eu entendi o que Jesus nos disse: "Venham para Mim, todos que estão cansados de carregarem suas pesadas cargas, e Eu darei descanso para vocês!...
Mulher: Eu não entendo... Já pedi tantas vezes pra Deus me fazer esquecer o que me fizeram... Acho que Ele não pode fazer nada sobre isso.
Observadora: Veja! Deus sara todas as feridas e traumas!... Mas primeiro devemos tomar uma decisão sobre nossas mágoas!...
Mulher: Eu não sinto que posso fazer algo...
Observadora: Não é pra sentir, é pra fazer!
Mulher: O que eu preciso fazer?
Observadora: (Fazendo que vai sussurrar-lhe) Perdoa!...
A mulher se "ilumina"!... (A observadora sai de cena tranquila) Neste momento pode ser usado um louvor sobre o tema ou apenas instrumental, mas que tenha um "brilho" para ajudar entender o poder da decisão em perdoar!... A mulher está sorrindo e arranca de si todos os corações pretos, um de cada vez!...
Neste momento todos já entenderam a mensagem. Uma das primeiras pessoas que participou da peça pode iniciar os aplausos.
Fim
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IEQ Porto Belo, Canoas / RS
Pra. Andresa Nunes
Mulheres que participaram da peça:
Adolescente: Carolyn Rafaela
Professora: Mariza Fanfa
Mãe: Tânia Medeiros
Irmã: Bruna Medeiros
Mulher: Jane Olivoto
Amiga: Dete Souza
Pastora: Ana Cláudia Pereira
Observadora: CAren DiLima
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CAren DiLima