Já faz duas semanas que Sam e Sarah (Helen) chegaram a Atalaias (Águas Verdes). E para quem estava tão apreensiva quanto a esta viagem, Samantha agora está se comportando como se estivesse no próprio paraíso! Sem preocupações, como se estivesse vivendo em um mundo paralelo ao seu, nem ao menos parou para verificar seus e-mails, ao contrário da irmã, que não passa um dia sem conectar-se, principalmente com sua prima Rebecca, pois quer contar tudo em primeira mão!
Samantha está bem mais relaxada, a maresia, afinal de contas, parece estar fazendo muito bem à nossa estimada veterinária, não que ela seja estressada, mas muito organizada, diga-se de passagem!
O reencontro com os pais então, nem se fala, isso sim fez maravilhas! Samantha é do tipo que dá muito valor aos laços afetivos, tanto da família (Agora este traço não parece se encaixar mais) quanto dos amigos íntimos! O pai, Leonardo (Guilherme), passa as horas que tem disponível ao lado das “suas meninas”, isso é menos do que todos gostariam. Já a mãe, Letícia (Verônica), não cansa de “cheirar suas crias” em tempo integral! Mas logo nas primeiras conversas que tiveram, Samantha a alertou, em particular, sobre essa nova e estranha fase de Sarah (Helen), sobre ela ter reclamado que “a mãe pegaria muito no pé enquanto estivessem em Atalaias (Águas Verdes)”, no entanto, Letícia (Verônica) tem se esforçado ao máximo para não aborrecer a filha mais nova.
Está tudo ótimo, na medida do possível! Elas ainda não superaram seus “problemas” com a culinária, com o sol etc, mas nada que um McDonald’s (Não uso referências registradas no livro) não resolva para Sarah (Samantha), e Samantha está aproveitando bastante a piscina do hotel! Muito descanso, água de coco, muitas comprinhas, “souvenirs”, sem falar nas noites badaladas e muita, mas muita diversão mesmo! Parecia que nada neste mundo traria nossa “responsável menina de volta à Terra”, ela simplesmente “bloqueou” Jardim da Serra de sua cabeça... Pouco fala da clínica, às vezes ao avistar um cão, sussurra o nome de Mon Ami, com palavras soltas ao vento, como “Mon Ami deve estar dormindo a esta hora...”, mas não dá continuidade. Deve ser pra poder curtir intensamente, quem sabe... E quem se importa? Todos estão adorando a Sam mais despojada!
Bem, mas desconhecendo a amiga e já com saudades, Débora não se conteve e acabou ligando para Sam! “Puxa, nem um oi, nem para dizer se chegaram bem...”, reclamou a amiga! (No livro, Helen avisa Sam de que Débora tentou entrar em contato, já que Samantha desligara-se do celular etc). Mas na verdade Samantha ficou muito feliz com a ligação, também estava sentindo muito a falta da melhor amiga, porém explicou que, se ficasse lembrando do que deixou pra trás (da amiga, dos seus “pacientes”, do cão), com certeza não iria descansar. Finalmente Sam fez a pergunta que não queria calar: “E meu cachorro?! Como Mon Ami está se comportando? Não vejo a hora de abraçá-lo!” A resposta de Débora chegou com uma variante de suspense e de emoção ao mesmo tempo...: “Mon Ami, está agora mesmo passeando, muito bem acompanhado!...” Sam não entendeu, achou que a amiga estivesse na rua com ele, mas quem estaria cuidando da clínica então? “Quem? Quem está com meu cachorro, Dra. Débora? Não posso acreditar que você o deixou com outra pessoa, se eu soubesse...” Débora interrompeu, antes que o “sermão” de Sam se tornasse enfadonho: “Alexander (William Alexander Chevalier. Mantive "Alexander" para fazer referência ao original.) está com Mon Ami, que-ri-da, neste exato minuto!” (Silêncio. Sam com cara de paisagem) “Quem? O que você disse? Hehehehehe! Ai, amiga, agora eu quase caí!” (Mais pausa) “Você só pode estar brincando comigo...”. Débora não sabia nem o que dizer, começou a pensar que não havia sido uma boa ideia ter ligado para a amiga. “Sam, eu... Nem sei o que dizer... Você não está lendo seus e-mails? Você não sabia que o Alex (Will) vinha passar uns dias na casa dos tios? Sam, eu... Eu sinto muito. E olha (seriam sons de choramingos baixinhos do outro lado da linha?), o The Beatles (um grande cão da raça labrador) acabou de chegar, e ele tem banho e tosa marcado pra agora, vou ter que desligar... Não fica assim, mais tarde te ligo. Por favor, não fique assim...”.
Samantha largou o celular e “voou” para o laptop. Conectou-se o mais rápido que pode, digitou seu e-mail e, para a sua surpresa e confirmação do que a amiga acabara de dizer (ela ainda tinha esperanças de ter sido uma “pegadinha”), lá estava na caixa de entradas: “Remetente: Alexander Chevalier (William Alexander Chevalier). Assunto: BONJOUR! MA BELLE SAMANTHA!" A data, a mesma em que Samantha embarcou para Sergipe. Sam enterrou o rosto nas mãos, e sentiu certo pânico, antes mesmo de abrir a mensagem. Não teve coragem, não podia ser...
Alexander (William) é o amigo que Sam tanto quer bem, que lhe deu de presente, em sua formatura (Oficialmente através do tio Pablo), o amado cãozinho Mon Ami. Na verdade os dois se conhecem de longa data, coisa lá do Ensino Fundamental... Juravam que fariam juntos a tão sonhada faculdade de Medicina Veterinária. Houve um tempo, lá pelo Ensino Médio, que seus pais e amigos diziam que esta história ainda iria acabar em casamento, mas eles diziam que não, eram muito, muito amigos mesmo! Mas tão logo terminou o Ensino Médio, Alex (Will), que já não tinha tanta certeza do curso que faria, decidiu adiar o vestibular. Sam, não podia esperar, era seu sonho, sua vida! Vendo a insatisfação do amigo, ela mesma o encorajou a descansar aquele ano, quem sabe fazer um técnico, ou aperfeiçoar seu francês. Alex (Will) é filho de mãe brasileira e pai francês, coisas da serra gaúcha, porém, como o pai veio para o Brasil ainda menino, Alexander aprendeu o que sabia com os avós, porém não era o suficiente. Falava o idioma tanto quanto seu pai, ou seja, não bastava para se virar sozinho! Naquele mesmo ano, Alexander (William) se inscreveu em um curso de intercâmbios, e foi estudar em uma escola internacional em plena “Cidade Luz”... PARIS! Sam sentiu-se muito orgulhosa ao ver a felicidade estampada no rosto do amigo! Ele ficaria uns seis meses por lá, inclusive insistiu para que Samantha o acompanhasse, mas ela não podia... Não podia perder aquele vestibular...
Porém os seis meses transformaram-se em um ano... Mais seis meses... Alexander (William) simplesmente não conseguia se “livrar” da cidade mais encantadora do mundo todo, quem conseguiria? Mais dois anos, e Samantha começou a se arrepender pela ideia que deu ao amigo, no dia em que foi se despedir dos pais de Alex (Will), no aeroporto. Ela derramou uma lágrima, e disse para a mãe dele que assim que pudesse, ela iria visitá-lo em Paris, a mãe respondeu que ele também mantinha este desejo. Era a promessa que tinham um com o outro.
Quem diria que um ano depois de se despedir dos pais de Alex (Will), foi a vez de Sam se despedir de seus próprios pais... Mas Sergipe é logo ali, em relação à França... A sociedade com Débora já estava certa, e Sam começou a superar-se, vestindo uma postura mais adulta e responsável (ou então se mascarando), afinal, tinha razão e atingiu o seu alvo! Ela chegou onde queria! Mais alguns meses e chegou o grande dia da conquista, foram cinco anos na faculdade e então, a tão sonhada formatura! Os pais estariam presentes, é claro! Os amigos todos, inclusive Alexander (William), que há meses vinha planejando com Sam o grande dia, por meio de e-mails! Parecia um sonho: A formatura, o amigo que há cinco anos não via...
Samantha estava radiante em sua formatura, mas durante a cerimônia não conseguia disfarçar os olhares para a plateia, a procura do amigo que até então não havia chegado... Só depois de muitos abraços e beijos é que sua mãe lhe deu a notícia de que, “Alex (Will) teve problemas para embarcar no aeroporto de Paris, por causa da neve, e depois não conseguiu transferir a passagem, algo assim... Ele havia ligado há dois dias, e pediu para não lhe dizerem nada, para não deixá-la triste...” Bem, com essa Samantha não contava, mas disfarçou bem a decepção, ainda mais quando os tios (o tio) de Alex (Will), que ainda moravam em Jardim da Serra, lhe entregaram um lindo filhotinho da raça basset, em nome do sobrinho, que os incumbiu de comprar-lhe o animalzinho. Era simbólico, mas ao ver os olhos do cãozinho, Sam apenas disse-lhe com profundo amor: “Mon Ami”!
Agora, finalmente Alexander (William) estava em Jardim da Serra, e passeando com seu cão Mon Ami. Difícil de processar. Sam ficou arrasada, pois foram longos, longos cinco anos de espera. Não bastaram os cartões-postais, as cartas, as fotos, até mesmo os longos e-mails, a webcam... Sam queria vê-lo outra vez...
Como eles podem estar agora, na hora certa e nos lugares errados?
By CAren DiLima
Revisão linguística Ane Patrícia de Mira
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